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  1. Soletrando

    quarta-feira, 14 de julho de 2010



    Descrição da Atividade:
    Escreva todas as palavras corretamente. São 30 palavras.

    Como Fazer a Atividade:
    Setas do teclado e mouse: performa todas as ações do jogo

  2. A Arvore dos Desejos

    terça-feira, 16 de março de 2010

    A Arvore do Desejo


    No conceito Védico indiano, o Paraíso é composto por Árvores dos Desejos. Basta alguém sentar debaixo de uma delas e desejar qualquer coisa, que imediatamente o desejo se realizará, sem intervalo de tempo entre o desejo e a realização.

    Conta uma velha lenda que, certa vez um homem estava viajando e acidentalmente, sentou-se embaixo de uma dessas Árvores dos Desejos. Sem nada saber sobre isso e dominado pelo cansaço, o homem pegou no sono, à sombra de sua frondosa copa. Quando despertou estava com muita fome, e então disse: - Estou com tanta fome! Ah, como eu desejaria conseguir alguma comida agora! E imediatamente apareceu um prato de comida à sua frente, vinda do nada, simplesmente uma deliciosa comida, flutuando no ar.

    Ele estava tão faminto que não prestou atenção de onde viera a comida. Começou a comê-la assim que a viu. Somente depois que sua fome foi saciada é que voltou a olhar ao redor. Outro pensamento surgiu em sua mente: - Se ao menos eu conseguisse algo para beber... Imediatamente apareceram excelentes sucos e vinhos. Bebendo e relaxando na brisa fresca, sob a sombra da árvore, o homem começou a pensar: - O que está acontecendo? O que está havendo? Estou sonhando ou existem espíritos ao meu redor que estão fazendo truques comigo?

    E diversos espíritos apareceram. O homem começou a tremer e novamente um pensamento surgiu em sua mente: - Serão esses espíritos perigosos?... Logo os espíritos se tornaram nauseantes, ferozes e começaram a fazer gestos ameaçadores para ele. Ai, meu Deus! Agora certamente eles vão me matar! E assim aconteceu...

    Esta parábola tem apenas um significado: sua mente é a Árvore dos Desejos, e o que você pensa, mais cedo ou mais tarde, há de se realizar. Às vezes o intervalo entre o pensamento e o acontecimento é tão grande que nos esquecemos completamente que, de alguma maneira, desejamos o ocorrido. Mas, se olharmos profundamente, perceberemos que todos os nossos pensamentos, desejos, medos e receios estão criando nossas vidas. Eles criam nosso inferno ou nosso paraíso, criam nosso tormento ou nossa alegria.

    Todos nós temos mentes "mágicas" capazes de manifestar externamente, nossos desejos e pensamentos. Estamos fiando a trama de nossas vidas, tecendo o mundo dentro e fora de nós, sem ao menos termos consciência disso. Sua vida está em suas mãos. Você pode escolher transformá-la num inferno ou num paraíso. A responsabilidade é toda sua. Isso depende somente de você! (Osho)

  3. O Gato de Botas

    Era uma vez...um moleiro que tinha três filhos. Um dia, chamou-os para lhes dizer que ia repartir por eles todos os seus bens.

    Ao mais velho deu o moinho, ao do meio deu o burro e ao mais novo deu o gato.

    O filho mais novo ficou muito triste porque o pai não tinha sido justo para com ele.

    Mas, surpresa das surpresas, o gato começou a falar!
    - Dá-me um saco e um par de botas.

    O rapaz ficou muito espantado e obedecendo ao pedido do gato no dia seguinte, lá foi comprar um saco e umas botas.
    - Aqui estão meu amigo! disse ele.

    O gato calçou as botas, pegou no saco e lá foi floresta fora. Como era muito esperto, não demorou muito a apanhar uma lebre bem gordinha, que a pôs dentro do saco.

    Com o pesado saco às costas, o gato dirigiu-se ao castelo do rei e ofereceu-lhe a lebre, dizendo:

    - Magestade, venho da parte do meu amo o marquês de Carabás, trago-lhe esta linda lebre de presente.

    O rei ficou muito impressionado e contente com aquela atitude e disse:
    - Diz ao teu amo que lhe agradeço muito!

    Daí em diante o gato repetiu aquele gesto várias vezes, levando vários presentes ao rei e dizendo sempre que era uma oferta do seu amo.

    Um dia, diz o gato a seu amo:
    - Senhor, tomai banho neste rio que eu trato de tudo.

    O gato esperou que a carruagem do rei passasse junto ao rio onde o seu amo tomava banho e pôs-se a gritar:
    - Socorro! Socorro! O meu amo, o marquês de Carabás, está a afogar-se! Ajudem-no!

    O rei mandou logo parar a carruagem e ajudou o marquês, dando-lhe belas roupas e convidando-o a passear com ele e com a filha, a princesa, na carruagem real.
    O gato desata então a correr à frente da carruagem. Pela estrada fora, sempre que via alguém a trabalhar nos campos, pedia-lhes que dissessem que trabalhavam para o marquês de Carabás.

    O rei estava cada vez mais impressionado!

    O gato chega por fim ao castelo do gigante, onde todas as coisas eram grandes e magníficas.

    O gato pede para ser recebido pelo gigante e pergunta-lhe:
    - É verdade que consegues transformar-te num animal qualquer?
    - É! disse o gigante.

    Então o gato pede-lhe que se transforme num rato. E assim foi.

    O gato que estava atento, deu um salto, agarrou o rato e comeu-o.

    O rei, a princesa e o marquês de Carabás chegam ao castelo do gigante, onde são recebidos pelo gato:
    - Sejam bem vindos à propriedade do meu amo! diz o gato.

    O rei nem queria acreditar no que os seus olhos viam:
    - Tanta riqueza! Tem que casar com a minha filha, senhor marquês - diz o rei.

    E foi assim que, graças ao seu gato, o filho de um moleiro casou com a princesa mais bela do reino.

  4. O Patinho Feio


    Em uma granja uma pata teve quatro patinhos muito lindos. Porém, quando nasceu o último, a patinha exclamou espantada:

    - Que pato tão grande e tão feio!

    No dia seguinte, de manhãzinha, dona Pata levou a ninhada para perto do riacho.

    Mas os patos maiores estavam achando aquele patinho marrom, muito feio. Não parece pato não! - Dizia uma galinha carijó. O galo então, estava muito admirado do tal patinho.

    - Tomem cuidado com o gatão preto. Não se afastem muito de mim, dizia a Mãe Pata.

    Chegaram à lagoa e logo dona pata e os pequenos entraram na água.

    Mamãe estava orgulhosa. Mas o patinho feio era desajeitado, como ele só. Não conseguia nadar.Afundava a todo momento.

    Teve que sair para fora da água. E foi só gozação dos demais. Dona pata ainda ensinou-os a procurar minhocas e a dividi-las com os irmãos.

    Os irmãos tinham vergonha dele e gritavam-lhe:
    - Vá embora porque é por tua causa que todos estão olhando para nós! Não sei porque o gatão preto, não leva você para sempre?

    - O pobre patinho ficava sempre isolado dos demais. Os patos mais velhos, judiavam do pobrezinho dando-lhe bicadas.

    Todos os seus irmãos eram amarelinhos e pequeninos, e ele era feio, marrom, grandão e desengonçado. De tão rejeitado por ser diferente, resolveu fugir.

    Afastou-se tanto que deu por si na outra margem.

    - De repente, ouviram-se uns tiros. O Patinho Feio observou como um bando de gansos se lançava em vôo. O cão dos caçadores perseguia-os furioso.

    Conseguiu escapar do cão mas não tinha para onde ir. Porém, não deixava de caminhar.

    Foi andando... foi andando... sem destino, com o coração cheio de dor e lágrimas nos olhos.

    Chegou a um riacho onde estavam patos selvagens. Cumprimentou-os como aprendera com sua Mãe. Mas eles logo foram dizendo:

    - Não queremos intrusos aqui. Vá andando e não se faça de engraçado, pato feio.

    Pobre patinho, só queria um lugar no mundo para descansar, comer algumas minhocas e nada mais.

    Finalmente, o inverno chegou. Os animais do bosque olhavam para ele cheios de pena.

    - Onde irá o Patinho Feio com este frio? - Não parava de nevar. Escondeu-se debaixo de uns troncos e foi ali que uma velhinha com um cãozinho o encontrou.

    - Pobrezinho! Tão feio e tão magrinho! E levou-o para casa.

    Lá em casa, trataram muito bem dele. Todos, menos um gatinho cheio de ciúmes, que pensava: "Desde que este patucho está aqui, ninguém me liga".

    Com o tempo a velha cansou-se dele, porque não servia para nada: não punha ovos e além disso comia muito, porque estava a ficar muito grande.

    O gato então aproveitou a ocasião.

    -Vá embora! Não serves para nada!

    E o patinho foi embora. Chegou a um lago em que passeavam quatro belos cisnes que olhavam para ele.

    O Patinho Feio pensou que o iriam enxotar. Muito assustado, ia esconder a cabeça entre as asas quando, ao ver-se refletido na água, viu, nada mais nada menos, do que um belo cisne que não era outro senão ele próprio, tão grande e tão belo, como os que vinham ao seu encontro.

    Os companheiros o acolheram e acariciavam-no com o bico. O seu coraçãozinho não cabia mais dentro do peito.

    Nunca imaginara tanta felicidade.

    Os cisnes começaram a voar e o Patinho Feio foi atrás deles.

    Quando passou por cima da sua antiga granja, os patinhos, seus irmãos, olharam para eles e exclamaram:

    - Que cisnes tão lindos!

    Assim termina a nossa história. O patinho feio sofreu muito até que um belo dia cresceu e descobriu a verdade sobre si próprio: ele não era um pato feio e diferente dos outros, era na verdade um lindo cisne. Desde então, todos passaram a admirá-lo e a se curvar diante de sua beleza.

  5. Branca de Neve

    Era uma vez... em um reino muito distante, num dia muito frio, uma bela rainha estava sentada perto da janela, bordando um lençol de nenê. Sem querer, ela espetou o dedo na agulha e caíram três gotas de sangue. Então a rainha olhou para fora e fez um pedido:

    - Quero ter uma filha de pele branca como a neve que está caindo, cabelos pretos como a madeira desta janela e boca vermelha como o sangue que saiu do meu dedo.

    Alguns meses depois, a rainha deu à luz uma menina do jeitinho que tinha pedido. E resolveu chamá-la de Branca de Neve. Dia e noite ela ficava do lado da filha, cuidando dela com muito amor e carinho.

    Mas a rainha morreu antes de criar a filha como queria.

    O rei chorou durante meses, até que conheceu uma princesa lindíssima e se casou com ela. A princesa só tinha beleza, porque o resto nela era só vaidade, orgulho e malvadeza. O dia todo ficava na frente do espelho, perguntando:

    - Espelho, espelho meu, existe no mundo mulher mais bonita do que eu?

    E o espelho, que era mágico, dizia:

    - Não, rainha, você é a mais linda.

    Enquanto a rainha conversava com o espelho, Branca de Neve crescia bonita como ela só, era de uma formosura que não tinha igual no planeta inteiro. Tanto assim que um dia a rainha ouviu do espelho uma resposta que não esperava:

    - Sim, existe outra muito mais bonita que você.

    - E quem é essa atrevida? - perguntou ela.

    - Branca de Neve!

    Desde então a rainha que era má, começou ameaçá-la.

    Branca de Neve com medo foi se refugiar na floresta, na casa dos sete anões.

    Foi muito bem aceita pelos anões, pois ela cozinhava, lavava e passava para os sete anõezinhos. Todos eram felizes naquela casa.

    Todos os dias como de costume os anões saíam para trabalhar e deixavam Branca de Neve cuidando da casa.

    Enquanto isso a rainha preparava um plano mirabolante, transforma-se na bruxa mais horripilante e má. . .

    De repente surpreendentemente aparece na janela uma velhinha pedindo água à Branca de Neve. Ela muito boa recebe a velha e esta em agradecimento oferece à Branca de Neve uma maçã, e pede a ela que dê uma mordida e faça um pedido.

    Mal sabia ela que aquela velha era a rainha, sua madrasta,aplicando-lhe o golpe fatal.

    Infelizmente Branca de Neve não resistiu e caiu no sono da morte.

    O anões chegaram logo após, mas não conseguiram impedir que mordesse a maçã, mas conseguiram finalmente acabar com a bruxa, perseguiram-na até que despencou de um penhasco, morrendo em seguida.

    A tristeza toma conta dos anõezinhos

    Quando de repente um jovem aproxima-se de Branca de Neve, naquele sono profundo e lhe dá um beijo apaixonado.

    Imediatamente Branca de Neve desperta do sono da morte e vai embora com seu príncipe, agradecendo aos anões por tudo que fizeram por ela.

  6. A Bela e a Fera

    Era uma vez... um rei e uma rainha muito tristes porque não tinham filhos. Até que um dia nasceu uma linda princesinha que eles chamaram de Aurora.

    No dia do batizado vieram três fadas madrinhas, Fauna, Flora e Primavera para dar-lhes os seus presentes.

    Flora a presenteou com grande beleza e Fauna com uma maravilhosa voz para o canto. Mas antes que Primavera pudesse dizer qual era o seu presente, um furacão invadiu o palácio, e com ele entrou Malévola, a Bruxa do Mal.

    Furiosa por não ter sido convidada para a festa. Malévola jogou na inocente criança uma terrível maldição:

    - No dia em que completar 16 anos, Aurora espetará o dedo no fuso de uma roca de fiar e morrerá.

    Após pronunciar estas palavras horríveis, ela sumiu no ar. Por sorte, ainda faltava o presente de Primavera:

    - Minha magia não é tão forte quanto a de Malévola, por isso só posso tentar atenuar a maldição. Auroranão morrerá, mas entrará num sono profundo, do qual só vai despertar com um beijo de amor sincero.

    A pequena princesa foi colocada sob a guarda das três fadas madrinhas, que a levaram para o bosque.

    Os anos se passaram sem que ninguém soubesse onde estava a princesa, nem mesmo a bruxa malvada.

    Passeando e cantando no bosque, a princesa encontra um jovem cavaleiro que andava ali por perto, Felipe.

    Os dois conversaram a tarde toda e se apaixonaram.

    Enquanto isso as fadinhas preparavam uma linda festa de aniversário.
    Como as coisas na cabana não davam certo, resolveram usar suas varinhas e tantas mágicas que fizeram, que o pó colorido escapou pela chaminé e chamou a atenção do corvo de Malévola.

    Quando Aurora chegou na cabana, ficou muito feliz com a festa-surpresa e adorou o lindo vestido. Contou que estava apaixonada.

    Quando souberam de tudo, ao invés de ficarem contentes as fadas ficaram tristes e então disseram toda a verdade para Aurora. Ela estaria, como princesa prometida para outro homem. A pobre princesa chorou muito e depois seguiram para o castelo de seu pai.

    No castelo dos pais, Aurora ficou deslumbrada! Percorreu todas as alas e, numa delas, encontrou uma velha (a bruxa MALÉFICA disfarçada!) que estava a fiar numa roca, e lhe pediu ajuda. Aurora, boa como era, não foi capaz de dizer que não. Mas mal tocou na roca, picou-se, e caiu no chão profundamente adormecida.

    Quando as três fadas, que já haviam regressado ao bosque, souberam do sucedido, resolveram encantar o castelo. Todos adormeceram nos lugares onde estavam, o rei, os músicos, os cortesão, os criados, até o bobo da corte e as aias e os cavaleiros! O tempo ali como que parou.

    Desesperadas as fadas foram procurar Felipe. Contaram tudo a ele. Imediatamente pôs-se a caminho.

    Com o castelo cercado de espinhos, as fadas então presentearam Felipe com o Escudo da Verdade e com a Espada de Esperança.

    A bruxa malvada transforma-se num enorme dragão.

    Felipe luta como pode. Quando tudo parecia perdido, Primavera veio ajudar Felipe e encantou mais uma vez a espada.

    Quando ele a arremessou contra o coração do dragão, ela foi certeira e Malévola desapareceu para sempre.

    O príncipe correu para a torre onde estava Aurora e, beijando-a com amor, rompeu o encanto.

    O feitiço desfez-se! Aurora acordou. E acordou o rei. E a rainha também. E acordou toda a corte. E a alegria voltou ao castelo, e fizeram-se grandes festejos, com música e danças por todo o lado.

    E naquela noite, Aurora dançou com Felipe. Mais tarde casaram-se e viveram muito felizes.

  7. O Velho Fazendeiro

    Um próspero fazendeiro, dono de muitas propriedades e que estava gravemente enfermo. Sua preocupação maior era com o clima de desarmonia que reinava entre os seus quatro filhos. Com o objetivo de dar-lhes uma lição ele mandou chamá-los para fazer uma revelação importante. Prontamente eles atenderam ao chamado do pai que comunicou-lhes a seguinte decisão:

    - Como vocês sabem, não me resta muito tempo de vida e eu quero aproveitar para avisá-los que vou deixar todos os meus bens para apenas um de vocês.

    Os filhos espantados se entreolharam e surpresos ouviram o restante que o pai tinha a dizer:

    - Vocês estão vendo aquele feixe de gravetos ali atrás da porta? Aquele que conseguir partir o feixe ao meio com apenas as mãos, este será o meu herdeiro.Um a um teve a sua chance de tentar quebrar o feixe, mas nenhum deles, por mais esforço que fizesse, foi bem sucedido nas tentativas.

    Indignados com o pai que lhes propusera uma tarefa impossível, começaram a reclamar.

    Foi quando o fazendeiro pediu o feixe e disse que ele mesmo iria quebrá-lo. Incrédulos, os filhos deram o feixe de gravetos para o pai que, deitado, foi retirando um a um dos gravetos do feixe e foi quebrando-os separadamente até não restar um único graveto inteiro. E depois concluiu:

    - Enquanto vocês estiverem unidos, nada poderá pôr em risco tudo que construí para vocês. Mas separadamente vocês são tão fragéis quanto cada um desses gravetos.

    Assim como dois pedaços de madeira podem sustentar mais peso do que a soma que cada um pode sustentar separadamente, da mesma forma o ser humano chegará a conclusão que um ajudando o outro, nós todos iremos muito mais longe que o famoso ditado "cada um por si e Deus por todos..."

  8. Estrela do Mar

    Era uma vez, um escritor, que morava numa praia tranqüila, junto a uma colônia de pescadores. Todas as manhãs ele passeava a beira-mar, para se inspirar, e de tarde ficava em casa, escrevendo.

    Um dia, caminhando na praia, ele viu um vulto que parecia dançar.

    Quando chegou perto, era um jovem pegando na areia as estrelas-do-mar, uma por uma, e jogando novamente de volta ao oceano.

    -Por que você está fazendo isto? - perguntou o escritor.

    -Você não vê? Disse o jovem. - A maré está baixa e o sol está brilhando. Elas vão secar no sol e morrer, se ficarem aqui na areia.

    Meu jovem, existem milhares de quilômetros de praia por esse mundo afora, e centenas de milhares de estrelas do mar, espalhadas pelas praias. Que diferença faz? Você joga umas poucas de volta ao oceano. A maioria vai perecer de qualquer forma.

    O jovem pegou mais uma estrela na areia, jogou de volta ao oceano, olhou para o escritor e disse:

    - Pra essa, eu fiz diferença.

    Naquela noite o escritor não conseguiu dormir nem sequer conseguiu escrever. De manhãzinha foi para a praia, reuniu-se ao jovem e juntos começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano."

  9. A Tigela de Madeira

    Um senhor de idade foi morar com seu filho, nora e o netinho de quatro anos de idade. As mãos do velho eram trêmulas, sua visão embaçada e seus passos vacilantes.

    A família comia reunida à mesa.

    Mas, as mãos trêmulas e a visão falha do avô o atrapalhavam na hora de comer. Ervilhas rolavam de sua colher e caíam no chão. Quando pegava o copo, leite era derramado na toalha da mesa.

    O filho e a nora irritaram-se com a bagunça. - "Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai", disse o filho. - "Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente comendo com a boca aberta e comida pelo chão."

    Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha. Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da família fazia as refeições à mesa, com satisfação. Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, sua comida agora era servida numa tigela de madeira.

    Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes ele tinha lágrimas em seus olhos. Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram admoestações ásperas quando ele deixava um talher ou comida cair ao chão.

    O menino de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio.

    Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho pequeno estava no chão, manuseando pedaços de madeira. Ele perguntou delicadamente à criança:

    - "O que você está fazendo?"

    O menino respondeu docemente:

    - "Oh, estou fazendo uma tigela para você e mamãe comerem, quando eu crescer"

    O garoto de quatro anos de idade sorriu e voltou ao trabalho. Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles ficaram mudos. Então lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.

    Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava ser feito. Naquela noite o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente conduziu-o à mesa da família.

    Dali para frente e até o final de seus dias ele comeu todas as refeições com a família. E por alguma razão, o marido e a esposa não se importavam mais quando um garfo caía, leite era derramado ou a toalha da mesa sujava.

  10. Boneca Zarolha

    Era uma vez, numa loja de brinquedos, uma boneca que nasceu zarolha. Ficava exposta na mais alta prateleira, nenhuma menina a queria. Vivia triste. Via as outras bonecas serem escolhidas e levadas para casa em lindos pacotes enfeitados.
    Um dia, uma boneca de cabelos louros disse:

    - Sabe por que ninguém quer você? Por causa dos seus olhos. Eles são feios demais. Veja os meus – disse a convencida – são azuis, perfeitos, lindos de morrer. Logo serei levada por uma menina.

    A pobre zarolhinha chorou. Queria tanto ser escolhida, levada por alguém para fazer a felicidade de uma menina. Mas, não saía da prateleira.

    Um dia, já estava perto do Natal, o dono da loja resolveu colocar a boneca zarolha na vitrine repleta de outras bonecas. A loja encheu-se de crianças. Todos os brinquedos foram vendidos. Das bonecas sobraram duas: a pobrezinha da zarolha e a convencida de olhos azuis.

    O dono da loja pensou:

    - A outra tem chance de ser vendida, mas a zarolha não tem jeito, vou jogá-la no lixo. Ninguém quer esta boneca.

    Enquanto pensava no destino que daria à boneca, reparou num homem que parara diante da vitrine, empurrando uma cadeira de rodas onde estava sentada uma pequena menina. Ela apontava para a vitrine. O homem entrou, empurrando a cadeira e pediu:
    - Posso ver aquela boneca que está na vitrine?
    - Pois não, senhor. Qual das duas?
    - A que está à esquerda.

    Admirou-se, porém não disse nada. Abriu a vitrine e entregou a zarolha nas mãos do homem que a passou para a menina. Esta, emocionada disse:

    - Papai, ela é tão linda! Veja a graça dos cabelos, os braços roliços... as mãozinhas... Veja os pés... são tão mimosos! O vestido é uma beleza! A carinha é rosada, perfeita. Compra ela pra mim, papai.

    E o homem comprou, pagou e saiu empurrando a cadeira onde estava sentada a criança, levando um belo pacote no colo e, dentro dele, feliz estava a boneca zarolha.

    Moral: Os olhos da alma são capazes de ver a beleza que os olhos da cara não vêem.

  11. A Barata e a Vassoura


    Uma barata atrevida entrou, por uma janela, na casa limpíssima de uma senhora. Vendo a intrusa andando apressada pela cozinha, a senhora muniu-se de uma vassoura e passou a perseguir a barata dando vassouradas a fim de colocar para fora o asqueroso inseto. Mas a bichinha, rápida como ela só, conseguiu escapar e foi se esconder na área de serviço numa saliência da máquina de lavar.

    Exausta e sem ver onde a barata se escondeu, a mulher pendurou a vassoura com o firme propósito de, no dia seguinte, continuar com a perseguição.


    Anoiteceu. A barata continuava lá no seu esconderijo bem quietinha, porém o seu estômago roncava de tanta fome. O medo a fazia agüentar. Pensava:

    - Seu sair agora a mulher me pega... o melhor é esperar...

    E quando o silêncio se fez na casa, ela foi saindo devagar, silenciosamente. Caminhou um pouquinho. Olhou ao seu redor. Não havia ninguém. Avançou mais um pouco e, de repente, ouviu aquele barulho de cerdas duras raspando o chão: chap, chap, chap.

    Olhou assustada e viu que era a vassoura, pendurada num prego, que fazia movimentos para atingi-la. Sabendo que a vassoura não podia sair dali sem ajuda, a barata partiu para a cozinha a procura de comida. Subiu pelo pé da mesa e chegou até o cesto de pães coberto com uma toalhinha branca. Infiltrou-se por baixo da toalhinha e roeu, roeu cada pão com gosto. Era um sabor indescritível.

    Satisfeita, ela desceu pelo mesmo lugar que subiu. Andou, no escuro, pela casa toda deixando o seu cheiro e as fezes, em forma de bolinhas, por todos os lugares. Voltou para a área de serviço e parando diante da vassoura disse:

    - Sofreste tanto para me expulsar e aqui estou eu de barriga cheia, enquanto tu, escrava, estás aí pendurada. Nada podes fazer. – e pondo as patinhas na cintura ela fez caretas para a vassoura cantando:

    - nhã, nhã, nhã, nhã...

    A vassoura ficou nervosa, rebolava, rebolava, mas do prego ela não saía.

    - Mas que barata atrevida... e eu sem poder fazer nada...

    E antes que amanhecesse e a dona da casa se levantasse e desse de cara com ela, a barata subiu pela parede da área de serviço, na direção de uma fresta do vitrô e, antes de sair e ainda rindo da vassoura, despediu-se:

    - Adeus! Espero que a tua dor de cabeça sare logo... foram tantas as pancadas para me atingir... nhã, nhã, nhã, nhã...

    E saiu descendo pela parede exterior do prédio rumo ao seu ninho num lugar que só ela sabe.

  12. Dona Baratinha

    Era uma vez uma baratinha que varria o salão quando, de repente, encontrou uma moedinha:

    vassoura varrendomoedinha

    baratinha contente- Obá! Agora fiquei rica, e já posso me casar!

    Este era o maior sonho da Dona Baratinha, que queria muito fazer tudo como tinha visto no cinema:

    noivos se beijando com Cupido

    Então, colocou uma fita no cabelo, guardou o dinheiro na caixinha, e foi para a janela cantar:

    baratinha cantandonotas musicaisQuem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha? notas musicais

    Um ratinho muito interesseiro estava passando por ali, e ficou imaginando o grande tesouro

    pote de ouroque a baratinha devia ter encontrado para cantar assim tão feliz.

    Tentou muito chamar sua atenção e dizer: "Eu quero! Eu quero!" Mas ele era muito pequeno e tinha a voz muito fraquinha e, enquanto cantava, Dona Baratinha nem ouviu.

    Então chegou o Cachorro, com seu latido forte, foi logo dizendo: - Eu quero! Au! Au!

    cachorro grande

    Mas, Dona Baratinha se assustou muito com o barulhão dele, e disse:

    - Não, não, não, não quero você não, você faz muito barulhão!

    E o cachorrão foi embora.

    O ratinho pensou: agora é minha vez! Mas...

    elefante

    - Eu quero, disse o elefante.

    Dona Baratinha, com medo que aquele animal fizesse muito barulho, pediu que ele mostrasse como fazia. E ele mostrou:

    - Não, não, não, não quero você não, você faz muito barulhão!

    E o elefante foi embora.

    O ratinho pensou novamente: "Agora é a minha vez!", mas...

    Outro animal já ia dizendo bem alto: "Eu quero! Eu quero!"

    E Dona Baratinha perguntou:

    puma- Como é o seu barulho?

    - GRRR!

    - Não, não, não, não quero você não, você faz muito barulhão!

    E vieram então vários outros animais: o rinoceronte, o leão, o papagaio, a onça, o tigre ... A todos Dona Baratinha disse não: ela tinha muito medo de barulho forte.

    E continuou a cantar na janela:

    baratinha cantando- notas musicaisQuem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha? notas musicais

    Também veio o urso, o cavalo, o galo, o touro, o bode, o lobo, ... nem sei quantos mais.

    A todos Dona Baratinha disse não.

    Já estava quase desistindo de encontar aquele com quem iria se casar.

    Foi então que percebeu alguém pulando, exausto de tanto gritar: "Eu quero! Eu quero!"

    ratinho se esgoelando

    - Ah! Achei alguém de quem eu não tenho medo! E é tão bonitinho! - disse a Dona Baratinha. Enfim, podemos nos casar!

    Então, preparou a festa de casamento mais bonita, com novas roupas, enfeites e, principalmente, comidas.

    Essa era a parte que o Ratinho mais esperava: a comida.

    O cheiro maravilhoso do feijão que cozinhava na panela deixava o Ratinho quase louco de fome. Ele esperava, esperava, e nada de chegar a hora de comer.

    ratinho verde de fome

    Já estava ficando verde de fome!

    cozinheiro destampando panela grande

    Quando o cozinheiro saiu um pouquinho de dentro da cozinha, o Ratinho não aguentou:

    - Vou dar só uma provadinha na beirada da panela, pegar só um pedacinho de carne do feijão, e ninguém vai notar nada...

    Que bobo! A panela de feijão quente era muito perigosa, e o Ratinho guloso não devia ter subido lá: caiu dentro da panela de feijão, e nunca mais voltou.

    Dona Baratinha ficou muito triste que seu casamento tenha acabado assim.

    No dia seguinte, decidiu voltar à janela novamente e recomeçar a cantar, mas...

    Desta vez iria prestar mais atenção em tudo o que era importante para ela, além do barulhão, é claro!

    baratinha cantandonotas musicais- Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha? notas musicais

  13. João e Maria

    Era uma vez um menino chamado João e sua irmã Maria, que moravam em uma casa perto da floresta.

    João com carrinhosMaria pintando


    Um dia, sua mãe pediu que fossem buscar galhos secos para acender o fogo. Não pecisavam trazer muitos, apenas o bastante para acender a lareira.

    - Não vão muito longe. Os galhos que temos aqui perto já servem, não vão se perder por aí...

    - Pode deixar, mamãe, vamos voltar logo!

    E lá se foram os dois procurar gravetos secos por ali, entre várias brincadeiras. Não queriam ir longe, mas estavam tão curiosos com a floresta que resolveram arriscar só um pouquinho.

    Maria teve uma idéia genial: foi marcando todo o caminho, para saber por onde voltar: assim não iriam se perder. E bricaram à vontade.

    Já estava querendo escurecer quando resolveram voltar. Maria foi logo procurando os pedacinhos de pão que deviam estar marcando o caminho, mas...

    passarinhos bicando o chão

    Os passarinhos que moravam ali estavam achando ótimo aquele lanchinho, e não deixaram nem um miolinho de pão sobrar. Não havia como achar o caminho de volta para casa. A idéia de marcar o caminho tinha sido ótima, mas não com pedacinhos de pão.

    - Agora estamos os dois com fome e perdidos!

    irmãos abraçados

    Andaram de um lado para outro, mas nada de encontrar o caminho de casa, cada vez mais escuro.

    lua dormindo

    A noite já tinha chegado, quando João teve uma boa idéia:

    - Vou subir na árvore mais alta e ver se encontro alguma casa para passarmos a noite.

    Maria achou ótimo, pois já estava muito assustada com os ruídos da noite na floresta. E João encontrou alguma coisa:

    - Tem uma luz daquele lado! Vamos lá ver!

    Os dois correram na direção da luz acesa da casa mais próxima.

    Ao chegarem, viram uma velhinha que parecia muito boazinha e sorridente.

    velhinha com bengala

    - Venham cá! Venham, meus amiguinhos. Aqui vão encontrar muita comida gostosa.

    (os dois estavam morrendo de fome)

    Então viram a casa de perto:

    casa doce

    - Uuuuau!

    As paredes eram de chocolate com castanhas, o telhado era de brigadeiro, as portas de biscoito fresquinho, as janelas de gelatina, tudo enfeitado com caramelo, sorvete e balas coloridas. Uhmmm!

    - Comam tudo, meus amiguinhos, é para vocês. Depois podem descansar em camas fofinhas e bem quentinhas. Amanhã acharemos a casa de vocês.

    E os dois obedeceram contentes, e acabaram dormindo cansados de um dia tão cheio.

    Acordaram antes do sol nascer, pensando que estavam na maravilhosa casa de doces.

    Mas, que nada:

    Casa assombrada

    A casa tinha desaparecido como se fosse mágica. Em seu lugar havia uma horrível casa de bruxa, com morcegos e tudo.

    Uma gargalhada terrível vinha da escada, por onde chegou a bruxa malvada com sua coruja:

    Bruxa feia

    - Pensaram que iam escapar, não? Vão ficar presos aqui para sempre, e nunca mais vou deixar que voltem para casa. Ha! Ha! Ha!

    A bruxa mandou Maria para a cozinha preparar comida para todos: agora ela era a empregada da casa. Tinha que fazer todo o serviço, se não...

    Prendeu João numa gaiola e disse:

    - Menino: trate de ficar bem gordinho! Quando estiver pronto, vai virar o meu jantar especial. Ha! Ha! Ha!

    Maria foi a primeira a reparar que a bruxa malvada não enxergava bem. Tudo ela trazia bem perto dos olhos para ver direito.

    Para saber se João estava engordando bem, toda noite chamava o menino e mandava que mostrasse o seu dedinho da mão. Apertava bem, e dizia que ainda estava muito magrinho.

    - Maria! Faça mais comida! Ele tem que engordar. Depressa!

    João, preso na gaiola já nem sentia fome, de tão triste que estava. Queria voltar a ser livre, correr solto com seus amigos e brinquedos. Lembrava bem como isso era bom.

    João lembrando como brincava de avião

    Maria tentava encontar uma saída para os dois, enquanto fazia o serviço sem nenhum brinquedo. Tinha saudades de tudo em casa mas, como enganar a bruxa e fugir?

    Maria com saudade do bonequinho

    Foi na cozinha que teve uma idéia:

    frango no espeto

    Colocou para assar no espeto uma galinha, escondendo um ossinho comprido e bem fininho.

    Quando levou a comida para João, disse a ele bem baixinho, para a bruxa não escutar:

    - Esconda este ossinho para fingir que é seu dedo bem magrinho e enganar a bruxa. Ela não enxerga quase nada...

    - Quietos aí! Quem disse que podem conversar?

    Desse dia em diante, João sempre mostrava o ossinho para a bruxa apertar quando ela queria saber se ele já estava bem gordinho.

    - Maria! Esse menino está magro como um palito. Faça mais comida!

    E Maria fazia muitas coisas para que os dois ficassem bem fortes para poder fugir.

    Em toda parte, a menina procurava o lugar onde a bruxa escondia a chave da gaiola, mas não conseguia encontrar.

    chave

    Tudo agora dependia da força de João para fugirem dali.

    Naquela noite, João se esforçou muito, e acabou conseguindo soltar a grade da gaiola. Tinha ficado bem forte, e a bruxa nem sabia disso.

    Os dois correram para se esconder na floresta antes que a bruxa acordasse.

    Na luz do dia, conseguiram achar o caminho de casa, e nunca mais voltaram naquele lado da floresta.

    Essa história ouvi de meu avô João, nas férias. Será que ele viveu todas essas aventuras quando era criança?


    Fim

  14. O Pequeno Polegar


    quem é o autor?

    Esta é uma lenda antiga, que surgiu na Europa há muitos anos, mas ninguém sabe quem escreveu ou inventou, como tantas outras historinhas aqui.

    Conta sobre uma família de camponeses pobres, com sete filhos ainda crianças para criar. O filho caçula nasceu tão pequenininho e fraquinho, que foi sorte sobreviver. Ganhou por isso o apelido de Pequeno Polegar. Ele era pequeno, porém muito esperto, sempre aprendendo brincadeiras novas com seus irmãos.

    Naquele tempo, houve na Europa uma grande fome, que se espalhava por todas as cidades em volta da casa de Polegar. Não havia alimentos para todos. As panelas estavam vazias...

    panela vazia

    O pai das crianças, sabendo que todas morreriam de fome se ficassem em casa, teve uma idéia:

    - Vou levar todos para a floresta. Talvez encontrem coisas para se alimentar e sobreviver. Aqui é que não vai dar certo.

    A mãe chorou muito, mas concordou com o pai em não contar nada para os filhos, para que não se desesperassem. Preparou um lanchinho para cada um (o último que tinham), e todos partiram cedo, pela manhã, como se fossem passear na floresta.

    Depois de estarem todos bem cansados de andar, os pais foram se afastando, sem que as crianças percebessem.

    O Pequeno Polegar foi o primeiro a reparar que os pais haviam sumido. Todos tentaram procurar, mas se descobriram perdidos e abandonados...

    Pequeno Polegar triste

    A noite já vinha chegando, e as crianças tinham medo dos lobos e morcegos que faziam ruídos assustadores em volta.

    morcego vampiro

    O irmão mais velho subiu na árvore mais alta para procurar um abrigo para a noite. Todos festejaram quando ele disse ter visto a torre de um castelo ao longe, para o lado de onde a lua vinha nascendo.

    Foram caminhando rapidamente, pensando achar um grande castelo acolhedor, com um rei e uma rainha ricos e bondosos para dividir abrigo e alimento com todos eles.

    torre

    Não era bem isso quando se via de perto, mas todo o resto era apenas a floresta perigosa, e eles não queriam ser devorados. Então bateram à porta assim mesmo.

    Uma estranha voz respondeu:

    - Vocês estão loucos? Não sabem o que tem atrás desta porta?

    - Quem está falando? - perguntou Polegar.

    -Eu! Ora bolas!

    maçaneta falante

    - Não sabia que existiam maçanetas falantes! - disseram todos.

    - Para sorte de vocês, está vindo aí a dona da casa, que é boa e carinhosa, mas se chegar o patrão ...

    A dona da casa abriu a porta, torcendo o nariz da maçaneta, que nem reclamou. Recebeu aquelas crianças abandonadas e famintas com todo seu carinho, mesmo preocupada que o marido pudesse chegar a qualquer momento. Trouxe bastante comida, que ali não parecia faltar. Todos ficaram satisfeitos e encheram as barrigas.

    mulher trazendo alimento

    Como sempre, a maçaneta soltou berros horríveis quando o patrão torceu forte seu nariz para entrar. Ouvindo isso, a dona da casa correu para esconder as crianças embaixo da cama do casal.

    Não adiantou nada, pois o ogro malvado que era seu marido sentiu o cheiro de gente estranha logo logo...

    ogro malvado

    - Vou comê-los no jantar! Ahaha!

    A mulher pediu que ele esperasse um pouco mais, pois o jantar maravilhoso de hoje já estava pronto, e tinha todos os pratos especiais que ele adorava.

    Então o ogro mandou que fossem se deitar na cama ao lado da cama de suas filhas. Sim, o ogro tinha sete filhas, que dormiam todas na mesma cama, com suas coroas na cabeça.

    menina coroada

    Logo que os meninos se retiraram, ele rosnou que iria degolar cada um deles à noite. E ficou sentado esperando que dormissem...

    ogro esperando

    Polegar, chegando com os irmãos ao quarto, viu as meninas dormindo no escuro com suas coroinhas e ficou pensando em uma idéia para escapar.

    Polegar pensando

    Quando todos dormiram, colocou sua idéia em prática: trocou os chapéus de seus irmãos, e o seu também, pelas coroas das meninas, e foi se deitar bem quietinho. Naquele quarto escuro, ele imaginou que o ogro iria reconhecer as filhas pelas coroas nas cabeças, e foi isso mesmo.

    Quando o ogro chegou, foi direto para a cama dos meninos, mas pondo a mão nas cabecinhas, sentiu as coroas, e assim foi para a outra cama. Degolou todas as crianças que tinham chapéu na cabeça.

    olhar mau do ogro

    - Ufa! Quase degolei minhas próprias filhas!

    Polegar avisaAssim que o ogro saiu, o Pequeno Polegar acordou seu irmãos para fugirem juntos dali. Desceram pela escada de mansinho, e chegaram na maçaneta falante.

    maçaneta

    - Tenho ordens de avisar ao patrão sempre que tentam entrar ou sair por mim, mas desta vez vou desobedecer aquele malvado. O único problema é que vocês não vão escapar quando ele calçar suas botas de sete léguas e for atrás de vocês. Seus pés ficam os mais rápidos do mundo!

    ogro correndo com a bota

    O Pequeno Polegar notou as enormes botas encantadas ao lado da porta, e resolveu calçar assim mesmo, com a maçaneta prendendo a gargalhada com o ridículo do seu tamanho junto ao da bota.

    Fez bem: era uma bota encantada, e se ajustou perfeitamente ao seu tamanho assim que calçou em seus pequeninos pés.

    bota de sete léguas

    Com elas, ajudou seus irmãos a voltarem para casa, mas não quis ficar. Despediu-se deles, e disparou para o castelo real.

    castelo do rei

    Lá chegando, disse logo que era o correio mais rápido do reino, e gostaria de provar sua capacidade ao rei.

    Nos primeiros dias, levava apenas mensagens sem importância, mas ele era mesmo tão veloz e tão correto, que acabou conquistando a confiança do rei em pessoa. Logo estava sendo o responsável pela entrega das mensagens mais importantes, até mesmo as de guerra.

    Tudo chegava voando pelas mãos dele carta voando, com a ajuda da bota de sete léguas. Assim, o Pequeno Polegar foi ganhando e juntando muito dinheiro.

    Um dia, ele achou que era hora de voltar em casa, e levar dinheiro bastante para sua família nunca mais sentir fome ou abandono. E isso ele também conseguiu.

    Fim